Darwin:
Chegámos à Austrália, estamos de novo na civilização, onde tudo é organizado, limpo, há regras e, como tal, tudo é mais caro. Os nosso bolsos ficaram rotos, pois não sabemos onde anda o nosso dinheiro...
Chegámos a Darwin, no norte da Austrália, no no início da Primavera e está um calor de morrer. Darwin em si, não tem muitas coisas interessantes para ver, excepto o famoso parque de crocodilos. A maior atracção desta zona situa-se fora da cidade, no famoso parque Kakadu, onde foi filmado o filme "Corcodile Dandy". Ahhh, como é óbvio descobrimos o melhor restaurante da cidade!!!Como mais uma vez o tempo era escasso, tivemos que optar entre visitar o parque Kakadu, ou seguir rumo ao deserto, para visitar a famosa rocha Uluru, situada perto do de Alice Springs. Achámos que não podíamos perder Uluru de forma alguma, por isso, lá partimos no dia seguinte, de autocarro, numa viagem de quase 24 horas até Alice Springs, situada no centro da Austrália.
De facto, é quase necessário estar na Austrália para ter a noção das distâncias. Nós sabíamos que a Austrália é um continente muito grande (onde cabe toda a Europa e ainda sobra muito espaço), mas, só depois de termos comprado os bilhetes de Darwin até Alice Springs e de Alice Springs até Melbourne, realizámos que são mais de 3500km de distância... Nada que um Pato com umas belas patitas não faça!
Partimos de Darwin entrando no deserto por estradas que nunca mais têm fim, onde os "Road Trains", camiões com mais de 3 atrelados, são uma constante na estrada.
No dia seguinte chegámos cedo a Alice Springs, onde aproveitámos para conhecer a cidade que acolhe grande parte dos turistas, que visitam a famosa rocha.
A cidade está cheia de lojas que vendem quadros aborígenes lindíssimos! Se já estivéssemos de regresso a casa e não tivéssemos os bolsos rotos, teríamos certamente levado connosco um belo quadro de recordação.
Já tínhamos visto alguns aborígenes Darwin, mas em Alice Springs existem muitos mais. Northern Territory é o principal estado destes indígenas australianos. Os aborígenes da Austrália representam hoje apenas 1% da população australiana, ou seja, cerca de 200 mil. Têm uma pele muito, muito escura e seca, que parece queimada e tostada do sol. Honestamente, antes de chegar à Austrália, pensava que os aborígenes eram um povo completamente integrado na cultura ocidentalizada australiana. Mas não! A verdade é que vivem nas suas fechadas comunidades e as suas crianças frequentam escolas próprias. Confesso que também me fez confusão ver jovens aborígenes vestidos de rappers, a passearem na rua, ou no McDonalds. Os mitos da Criação aborígene falam dos lendários seres que vagueiam pelo continente na época do Sonho cantando o nome de tudo o que se atravessa no seu caminho - aves, animais, plantas, rochas, etc. - dando assim existência ao mundo pelo canto. Assim, o canto constitui um mapa e um indicador de direcções. Por isso, se um aborígene souber um canto, pode sempre encontrar o caminho através do país. Pelo menos era assim no passado. Hoje em dia vão de carro e autocarro para todo o lado. Nenhum aborígene pode conceber que a criação do mundo fosse imperfeita, por isso a sua vida religiosa só tem um sentido: manter a terra como sempre foi. Agora podem imaginar o quão complicado pode ser construir uma estrada ou um caminho de ferro no meio do deserto australiano...
Partimos no dia seguinte rumo ao deserto, na nossa tour chamada The Rock. No primeiro dia fomos conhecer Kings Canyon, onde encontrámos um pequeno amigo do deserto.
Como estavamos numa tour havia que preparar o jantar para todos no meio do deserto, à volta de uma fogueira que nos aquecia a todos. Foi noite de chili con carne feito num wok gigante.
Nada como estarmos quentinhos nos nossos sacos cama, dentro de uns grandes swegs para dormirmos no deserto, por debaixo de um céu com 1 milhão de estrelas.
No dia seguinte, bem cedinho foi a vez de conhecer as "Olgas", que fazem parte do Uluru - Kata Juta National Park. Aqui andámos a passear por este enorme conjunto de rochas, que deixa qualquer um estupefacto, especialmente pelas sua composição geológica e pelas vistas para o deserto.
Ao final da tarde continuámos a tour ainda dentro do mesmo parque nacional, onde finalmente vimos Uluru, a mais fomosa rocha australiana, com 318m de altura e 2.5km de largura, aquela que muita gente diz ser a maior rocha do mundo (mas que na realidade é apenas 2ª).
Por do sol em Uluru
Um monte de turistas esfomeados e despejados no local para ver o por do sol. Nós também eramos um deles, mas não tínhamos os banquinhos de quem vai dia 13 de Maio para Fátima!
Alvorada pelas 4 da matina, agora para ver Uluru ao amanhecer. Estava um frio enorme, que nem por isso afastou os milhões de turistas que apreciavam novamente a rocha connosco.
Nada como uma bela caminhada de duas horas (8 km) à volta de Uluru para aquecer do frio matinal do deserto. Às vezes tinhamos a sensação que estavamos ao lado de um queijo gigante.
ou de pegadas de gigantes
Enquanto almoçavamos, tivemos a companhia do famoso Dingo australiano, que procurava desesperadamente comida.
De regresso a Alice Springs fomos ainda cumprimentar estes simpáticos camelos do Afganistão, que vieram para a Austrália com a função de ajudar a construir a linha, que liga o norte ao sul do país.